Bar Cambará
Bar Cambará
Nascida em Bonfim Paulista, uma cidadezinha de 6 mil habitantes, Giulia Simokomaki rejeita rótulos e não consegue se definir como uma coisa só: "Já fiz muita coisa nessa vida". Apaixonada ao mesmo tempo por cinema iraniano e pela cultura do interior, das benzedeiras às conversas na calçada, formou-se em Direito (depois de cogitar Jornalismo, Matemática e Engenharia), mas além de advogada, foi professora, decidiu cursar Ciências Sociais depois de estabelecida e trabalhou até no censo do IBGE. A ideia era poder andar por São Paulo, conhecer mais pessoas e suas casas, e assim dar vazão ao seu espírito pesquisador. Aos 19 anos, criou um moodboard com referências para o dia que tivesse um bar, mesmo que esse ainda não fosse um plano concreto.
Tudo isso, ela conta, desembocou no Cambará, do qual ela é sócia e cozinheira, na Barra Funda. Descendente de japoneses e italianos, Giulia pegou gosto pela cozinha com a bisa e a avó, com quem colhia os ingredientes diretamente da horta no quintal. Durante a pandemia, estudou por conta própria o que chama de culinária migratória e passou a comercializar suas criações gastronômicas na base do boca a boca virtual. Pegou gosto. Tanto que até a mãe dela fez uma promessa em Aparecida do Norte para que a filha se firmasse no ramo da gastronomia.

Uma semana depois, Giulia recebeu uma ligação de um antigo colega da faculdade de direito que viu nela a pessoa-chave para tirar o projeto de um bar do papel. A proposta era totalmente diferente do que Giulia queria – mas nessa hora a pesquisa de referências que fez lá atrás voltou à cena. "Fazer um bar pode ser fácil, mas queria que as pessoas entrassem no Cambará e sentissem o que eu sentia", explica.
"O que mudou dos 19 aos 33 foi que minha caminhada etílica também evoluiu", disse ela, que levou os três sócios a mais de 20 bares para se encherem de referências.
Depois de muita pesquisa e ainda mais estudo, de livros de receitas antigos e cadernos de anotações de tias e avós, chegaram ao consenso de abrir um bar "bem brasileiro", desde a ambientação aos ingredientes-chave do cardápio de comes e bebes. Um lugar onde o tempo passasse mais devagar, assim como nas conversas de comadres nas calçadas de Bonfim Paulista.
Cambará: Ocupando um imóvel de 80 anos, com escada forrada por caquinhos e um vitrô, Giulia Simokomaki resgatou ingredientes e pratos antigos como a jurubeba que fica no balcão do bar e o cuscuz paulista à mostra na vitrine para compor o cardápio assinado por ela. A carta de drinks é inspirada pela mixologista Néli Pereira, do Espaço Zebra.
Rua Camaragibe, 131 - Barra Funda, São Paulo. Seg e ter, de 12h às 15h. Qua e qui, de 12h às 15 e das 17h às 23h. Sex, das 17h às 23. Sáb, das 14h às 23h. Dom, das 14h às 20h.
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