BAR DAS
BAR DAS
No livro "Tudo Sobre o Amor", bell hooks prega a importância dos laços de amizade para a construção de uma comunidade saudável. Amigas há mais de 15 anos, Nina Veloso e Raquel Braga vêm, há 4 anos, fazendo sua parte. Donas do Das, na Santa Cecília, as duas, que são lésbicas, abriram um espaço seguro e confortável para a comunidade LGBTQIA+ como o que sempre procuraram em São Paulo.
Com passagens por outros bares, hotéis, como o Grand Hyatt, e até pela cozinha de Felipe Bronze, Raquel chegou a ter uma confeitaria. Designer gráfica, Nina se apaixonou pela coquetelaria e se especializou nesta arte. As duas amigas andavam afastadas nos caminhos da vida e se reencontraram por coincidência nas ruas do bairro onde moravam. E foi por coincidência que nutriam o mesmo desejo de abrir um bar para pessoas como elas.
Começaram por uma pesquisa em grupos de mulheres para mapear os bairros onde elas se sentiam mais seguras e, na época, em 2018, o Centro de São Paulo ganhou com folga. Por ser de fácil acesso para pessoas da cidade inteira, o martelo foi batido – afinal, a ideia inicial era democratizar o acesso aos drinks. Para encontrar o imóvel certo, enfrentaram homofobia de proprietários, fora os que não queriam sediar um bar.

Hoje, ocupam uma pequena e aconchegante garagem próxima ao metrô. As duas contam, orgulhosas, que o speakeasy foi reformado por uma equipe toda feminina, não há homens cisgêneros (aqueles que se identificam com o gênero com o qual nasceram) no staff e até as cervejas disponíveis no cardápio são de cervejarias tocadas por mulheres. "Não achamos uma cervejaria tocada por pessoas transexuais, porque é um meio muito sexista. Mas são pequenas coisas que fazem diferença, mesmo que acabe nos dando mais trabalho", diz Nina.
E os homens cisgêneros? Não podem entrar? São muito bem vindos, claro, mas a eles é sugerida uma contribuição, que é doada para ONGs que assistem pessoas vulneráveis. Para elas, o ativismo intrínseco ao bar não foi programado. "O Das nasceu assim, das minas, das manas, das monas", completa Nina.
Das: O aconchegante speakeasy de iluminação vermelha e um pequeno balcão é um porto-seguro para mulheres e LGBTQIA+ no coração da Santa Cecília. Para beliscar, uma caprichada tábua de queijos brasileiros (R$ 42), como o canastra e meia cura. Para beber, o Manhattan é sempre bem feitíssimo (R$ 30).
Rua Fortunato, 133 - Santa Cecília, São Paulo. Qua a sex, das 18h a 1h. Sáb, das 17h a 1h. Dom, das 17h às 23h.
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